A Pomba Gira Rosa Negra, atuou poucos segundos em um dos capítulos do Livro Gênio de Rua. Mas o seu belíssimo ponto cantado, foi parcialmente transcrito como prévia de um diálogo entre Rúbia e Tauá.
Abaixo, posto o vídeo na íntegra, com imagens e áudio do ponto mais entusiasmante que ouvi. Na época que participei de muitas giras de Exú, a Rosa Negra nunca chegou.
Participei ativamente de um terreiro de Umbanda durante seis anos. Apesar de ter sido membro da corrente neste período, nunca incorporei.
Ficava tocando agê, cantando e auxiliando, nas seções de Caboclos, Pretos Velhos e Exús. Adquiri desta forma, um olho clínico sobre o duelo das incorporações e mistificações.
E não foram só as observações materiais. Uma teoria espiritual projetou-se!
Quando havia festa, os caboclos, Pena Verde, Tupinambá, Rompe Mato, Mata Virgem, Jurema, Jacira e tantos outros, eram recepcionados, não só por suas bebidas características, mas também por suas armas de guerra. Lanças, machadinhas e arco e flecha eram entregues quando eles baixavam, e permaneciam dançando ao som do tambor e pontos cantados.
Enquanto mecanicamente eu cantava e toca o agê, comecei a perceber que a grande maioria daqueles caboclos, não sabiam empunhar devidamente aquelas armas.
Se são índios, porque não sabem? De repente a teoria se materializou. Não são índios, são apenas espíritos desencarnados que enquanto aguardam uma nova reencarnação, baixam nos terreiros para prestar a caridade. Um Tupinambá, por exemplo, poderia ter sido em sua última existência, um pedreiro, bancário, médico ou qualquer outra profissão. Como o terreiro cultua os Caboclos, é preciso manter a crença do povo que busca na Umbanda, o conforto para suas aflições.
Esta é apenas uma teoria que pode ser bem plausível. A espiritualidade atua em todas as religiões. Basta a pessoa ter fé naquele dogma que segue.
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